Em meados de 1996, na redação do Jornal do Brasil, um homem
de barba, rosto sereno, chamava a atenção pela sua discrição e humildade. De
vez em quando eu lhe oferecia uma carona até o Restaurante Lamas, seu reduto
predileto. Eu nem fazia ideia da importância dele para a cultura brasileira.
Seu nome era Victor Giudice, jornalista, escritor, crítico, músico, fotógrafo e
professor, que na época escrevia para o Caderno B. Victor nasceu em Niterói, no
dia 14 de fevereiro de 1934. Filho de um chapeleiro e de uma bordadeira,
Giudice foi um intelectual refinado, um homem simples e popular, que mantinha
amizade com artistas e escritores, mas também com guardadores de carro,
lanterneiros, porteiros de prédios, etc. Em agosto de 1996, ele foi
diagnosticado como um tipo raro de tumor cerebral, o que o levou à morte em 22
de novembro de 1997. Sempre guardarei em mim boas lembranças deste genial ser
humano. A foto que acompanha esta postagem é de autoria desconhecida.